Clodoaldo Silva atua na frente da inclusão social e acessibilidade

Campeão paralímpico nas piscinas, ex-atleta divide a sua experiência de vida no encerramento do Sesc Verão Macaé e Rio das Ostras

Clodoaldo Silva, de verde, com os atletas do Macaé Basquete sobre Rodas (Foto: Daniela Bairros/Divulgação)

 

Da Redação do Esporte Press Brasil / Com Assessoria do Sesc Verão

 

Todo deficiente físico pode até possuir limitações físicas, como praticar uma atividade física, e dificuldades para se locomover, principalmente em grandes centros. Mas é importante que saibam que nada e nenhuma deficiência pode impedi-lo de conquistar medalhas, realizar os seus sonhos. A trajetória de vida e esportiva de Clodoaldo Silva, medalhista paralímpico, tem servido de inspiração e superação para muitas. A sua experiência foi dividida com muitos neste final de semana, ao participar da programação de encerramento do Sesc Verão de Rio das Ostras e Macaé. Em Rio das Ostras, ele foi recebido por cadeirantes na Praia do Bosque, onde nadou em alto mar. Em Macaé, a experiência, por uma tarde, foi jogar basquete com os jogadores da equipe do Macaé Basquete sobre Rodas.

Clodoaldo Silva participou de cinco mundiais, cinco pan-americanos e cinco paralimpíadas. Quem não se lembra dele acendendo a Pira Olímpica nos Jogos Paralímpicos no Rio de Janeiro em 2016. Ao longo da carreira na natação, Clodoaldo conquistou medalhas de ouro, prata e bronze. E resolveu se aposentar em 2016. Mas não deixa de motivar milhares de brasileiros, deficientes ou não. Segundo ele, seu maior legado é de poder ‘rodar’ o Brasil e dividir sua experiência de vida, desde a infância.

– Nasci em Natal, no Rio Grande do Norte, e tive paralisia cerebral. Comecei a andar somente aos 7 anos de idade. Ao longo da minha infância e adolescência, fui submetido a inúmeras cirurgias e a natação surgiu como fisioterapia. Anos depois, ganhei o Brasil e o mundo. Esse é o legado que deixo, um cara capaz, que conseguiu conquistar seus sonhos e objetivos. Esse meu legado também é incentivar as pessoas. Essa é a mensagem que deixo: se o Clodoaldo Silva, com todas as dificuldades, conseguiu vencer na vida, você também pode, seja no esporte, seja na vida – declarou.

Grande incentivador também da inclusão social e da acessibilidade, Clodoaldo Silva realiza palestras motivacionais, com a participação sempre de representantes de prefeituras, secretarias e empresas da iniciativa privada. Desde quando se aposentou das piscinas, o atleta leva a sua mensagem nestes eventos, pois, de acordo com ele, é preciso mostrar a governantes que acessibilidade não é um favor e, sim, uma obrigação.

– É preciso pensar no próximo, não somente nos deficientes que precisam de acessibilidade, mas também nos idosos, numa mãe que empurra um carrinho de bebê ou em alguém que adquiriu uma deficiência – enfatizou.

Atualmente, Clodoaldo Silva realiza um trabalho em 25 Vilas Olímpicas do Rio de Janeiro, além de oficinas de natação e palestras motivacionais para os usuários destas vilas.

– Convidamos sempre empresas, empresários, governantes, para que todos vejam que precisam colocar em prática a acessibilidade de conhecer, de perto, não só o projeto, mas as necessidades e dificuldades dos deficientes – frisou Clodoaldo Silva, que também é comentarista de esportes paralímpicos do Grupo Globo.
 

Oficinas com o Macaé
Basquete sobre Rodas


Atual vice-campeã carioca, a equipe do Macaé Basquete sobre Rodas vem se destacando em competições voltadas para os PNES (Portadores de Necessidades Especiais), iniciativa importante realizada pelo Sesc RJ e que se destacou, e muito, na edição do Sesc Verão 2020, em Macaé.

Neste domingo (09), os jogadores do Macaé Basquete sobre Rodas estiveram reunidos com o atleta paralímpico, Clodoaldo Silva. Segundo o coordenador da equipe e também atleta, João Barcelos, foi uma grande iniciativa participar da clínica com o Clodoaldo Silva.
 
E as dificuldades enfrentadas pela equipe do Macaé Basquete sobre Rodas são muitas, como aquisição de materiais, como cadeiras novas e rodas, e financeiras. Em novembro do ano passado, a equipe não jogou o Brasileiro no Pará porque não conseguiu comprar as passagens. 

Para o coordenador, atualmente também falta divulgação para a equipe conseguir dar chances para mais pessoas com deficiências de membros inferiores a participar do projeto e até mesmo integrar a equipe. 

– Temos a lei do incentivo federal do imposto de renda pela Associação Macaé de Basquete e faltam empresas para nos apoiar – ressaltou Barcelos.

Para a equipe, jogar basquete é uma paixão, superação e vida. Todos veem a modalidade ajudar, e muito, a vida dos atletas portadores de necessidades especiais que entram para o grupo. Hoje, a equipe conta com um jogador (Cristiano Júnior) que está atuando no Magic Hands, uma das melhores do Brasil. O atleta é da seleção brasileira e jogou o Pan-Americano no Peru. É o mais novo da seleção, com 21 anos de idade, e é considerado um dos melhores do Brasil. Cristiano Junior votou para São Paulo na semana passada.
 
A equipe do Macaé Basquete sobre Rodas é integrada por: João Barcelos (coordenador e atleta); 
Antônio Carlos Gripp, o Totonho (técnico); e os atletas Sávio, Sérgio, Marcus, Matheus, Hugo, Alessandro, Herick, Fernando, Djunior, Anderson, Fábio e Luis Miguel.

A equipe do Macaé Basquete sobre Rodas treina às segundas, quartas e sextas-feiras, às 17h, no Ciep Maringá, e conta com apoio da Secretaria de Esportes e da empresa SIT (Sistema Integrado de Transporte).
 

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