Ele saiu de Conceição de Macabu para Portugal e se transformou no 4º melhor do mundo em Retrorunning
Carlos Runner é recordista na modalidade no Guiness Brasil, e agora se prepara para o Mundial em 2023
Mundial de corrida na Itália em julho de 2018 - Foto divulgação
ESPORTE PRESS BRASIL – Por Daniela Bairros
Ultramaratonista de Corrida Retroruning (Corrida de Costas) quarto melhor do mundo se prepara para o Mundial de 2023
Carlos Runner, de 56 anos, mora atualmente em Portugal. Carreira começou em Conceição de Macabu, onde participava de grupos de corrida e agora sonha com o Mundial 2023.
É muito comum assistirmos provas de corridas ou maratonas que reúnem atletas do Brasil e até mesmo do mundo inteiro. Corridas de velocidade, de resistência e corrida de costas ou Corrida Retrorunning. Isso mesmo! Correr de costas.
Olhar para trás ou não olhar?! Eis a questão! Na prática chamada de Retrorunning, os especialistas dizem que o corredor não corre olhando o tempo todo para trás. Pouco a pouco, ao adquirir maior habilidade, até pode tentar a proeza. A ideia é que a pessoa, enquanto corre, dê uma olhadinha para trás, memorize os obstáculos do caminho e tente desviar deles, até claro, ser obrigado a olhar de novo, desviar de novos obstáculos, e assim sucessivamente.
Carlos Runner e atleta do Japão no mundial na Itália em 2018 - Foto divulgação
Carlos Runner, empresário, de 56 anos, é ultramaratonista de Corrida Retrorunning. Em julho de 2018, participou do Mundial de Corrida de Costas na Itália, onde conquistou o 4º lugar na sua faixa etária de 50 anos e hoje é o quarto melhor do mundo na modalidade.
Runner morou em Conceição de Macabu e atualmente reside em Lisboa (Portugal). Tudo começou em 2016, quando entrou para o ranking Brasil Livro dos Recordes, pois estabeleceu um recorde na época. Ele fez a Corrida Retrorunning. Naquele ano, era casado com Silvia. O então casal fez um desafio para o ranking Brasil e foi o único casal brasileiro a correr de costas. Runner e Silva entraram para o Livro de Recordes do Brasil em 2016. Tempos depois, o casal se separou. Hoje, Runner está no segundo casamento.
Carlos Runner na corrida de costas (Retrorunning) em Conceição de Macabu - Recordista do Guiness Brasil - Foto divulgação
Devido à pandemia da Covid-19, as competições foram suspensas. Mas graças a Deus passou e a rotina esportiva de Carlos, como treinos, exercícios físicos também voltaram. Com eles, a preparação para o Mundial de 2023 na Alemanha. “Estou me preparando para ir e representar o Brasil. Em 2018 fui o único representante do Brasil na Itália, onde competi em provas e cinco e dez quilômetros”, explicou.
Em Lisboa (Portugal), Carlos Runner já participou de algumas corridas. Atualmente ele se prepara para Corrida de São Silvestre em Portugal no dia 18 de dezembro.
Meia Maratona em Lisboa em 2019 - Foto divulgação
O ultramaratonista começou a correr em 2015. Runner sempre gostou de praticar esportes. Naquele ano, passou a integrar o grupo Feras de Macabu, de Conceição de Macabu. Era um grupo de pessoas que gostavam de correr e ele entrou. “Havia duas faixas desse grupo. O que corria cinco quilômetros e outro que corria dez quilômetros. Comecei a correr com o grupo de cinco quilômetros, sempre treinando às terças e quintas-feiras em Conceição de Macabu”. Dai então começou a correr em maratonas em Macaé, Rio das Ostras, Cabo Frio, Rio das Ostras, Quissamã e Nova Friburgo (Região Serrana do Rio de Janeiro).
Runner explica que não tinha muita velocidade, mas sim resistência. “Eu completava os cinco quilômetros, depois voltava para pegar os que ficaram para trás. Até que em 2016 eu fiquei sabendo que tinha outra maratona em Macaé, com provas de seis e 12 horas. Eu fiz inscrição para prova de seis horas, porque eu tinha apenas quatro meses de corrida. Nesta maratona de 2016, em Macaé, para minha surpresa, fiquei em 2º lugar na minha faixa etária (50 anos) e competi com corredores de várias partes do Brasil, como Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul e Minas Gerais”.
Recorde estabelecido em 2016 - Foto divulgação
Carlos Runner tomou gosto pela coisa. Três meses depois foi para o Recife (Pernambuco), onde participou de uma maratona de 12 horas. O resultado: 3º lugar na sua faixa etária. Em 2017, entrou para o Ranking Brasil depois de estabelecer um recorde de corrida de costas. “Eu estava preparando para participar de outros eventos, de outras maratonas, quando em 2018, vim para Portugal, onde participei de algumas corridas. Parei na pandemia e agora estou voltando a correr”.
Treino às margens do Rio Tejo, em Lisboa - Foto divulgação
O sonho agora é ser campeão mundial de Corrida Retrorunning na faixa etária 50 anos. Em Portugal, Carlos Runner é o único atleta que corre de costas. “Quero estabelecer o recorde mundial e entrar para o Guinness Book (Livro dos Recordes). Já tentei três vezes, mas não consegui. Não desisto e permaneço perseverante no meu sonho”.
Outro sonho também é levar para Portugal, o Campeonato Mundial de Corrida de Costas.