Da deficiência à superação dos limites!
Como o futebol adaptado transformou e transforma a vida de atletas de Rio das Ostras
Foto divulgação - Arquivo pessoal
ESPORTE PRESS BRASIL - Por Daniela Bairros
Para muitos, possuir algum tipo de deficiência, seja ela física ou mental, é um empecilho para que muitos alcancem seus objetivos, dentre eles, no esporte. No cenário nacional, grandes nomes se destacam, como o campeão paraolímpico Clodoaldo Silva, conhecido como tubarão. Mas no futebol também existem talentos e pessoas engajadas em vencer, superar limites, se é que para eles existem limites.
Pelo menos para Angel Esteban Morote Ruiz, de 60 anos, não. Peruano, mas naturalizado brasileiro há 37 anos e morador de Rio das Ostras (Baixada Litorânea) há 35 anos, sofreu uma amputação de uma das pernas há 10 anos. Mas antes, fez tratamentos e foi submetido há 18 cirurgias.
Peruano, naturalizado brasileiro e morador de Rio das Ostras, Angel Morote, fundou no município da Baixada Litorânea, o Futebol de Amputados - Foto divulgação
Ele conta que sempre gostou de esportes. No município riostrense, conheceu o futebol de amputados durante uma apresentação de um time de São Paulo. Daí então ficou interessado em formar uma equipe na cidade. Conversa vai, conversa vem com amigos, conseguiu fundar a equipe de Futebol de Amputados de Rio das Ostras (FARO). Atualmente, é também diretor do futebol de amputados do Estrela Nova, time do Rio de Janeiro; vice-presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência de Rio das Ostras e Presidente da Associação Rio das Ostras de Apoio às Pessoas com Deficiência.
A ele, o futebol de amputados foi apresentado há quatro anos e o convite de fundar uma equipe surgiu. Para ele, mais do que fundar um time, o mais importante é deixar um legado. “Hoje, os novos diretores estão dando continuidade e trabalhando no desenvolvimento do esporte, especificamente no setor de futebol adaptado para amputados”, explicou.
O Futebol de Amputados de Rio das Ostras possui 18 atletas, que se reúnem, aos sábados, na Escola de Futebol do Flamenguinho. “Nos reunimos para treinar e tentamos promover e espalhar essa modalidade em outros lugares também”.
Foto divulgação - Arquivo pessoal
Essa promoção deu certo. Tanto que Angel Morote foi para o Rio de Janeiro, onde também coordena o futebol de amputados do Estrela Nova. “Na equipe da capital fluminense, estou como diretor e estamos tocando o projeto lá também. E o compromisso é grande. Em novembro, vamos participar do primeiro campeonato brasileiro de futebol de amputados da Série B em Fortaleza, no Ceará. A ansiedade já está a mil e se Deus quiser vamos conseguir ir e fazer bonito”.
A equipe do Estrela Nova conta atualmente com 13 jogadores.
Angel Morote explicou também as dificuldades enfrentadas para formar e, posteriormente, fundar o futebol de amputados em Rio das Ostras. “Essa procura pelos amputados e por outros portadores de necessidades especiais, foi muito difícil. Porque o futebol trabalha com amputados e deficientes congênitos. Aquele que teve, por exemplo, uma má formação da mão, da perna ou do pé. Ai então eu abordava os amputados e conversava com eles sobre a importância e dos benefícios de jogar o futebol adaptado. A maioria, graças a Deus, se interessou e estamos ai com a nossa equipe”.
Ainda de acordo com Morote, a promoção para uma qualidade de vida do deficiente pode ser proporcionada pelo futebol, mas também com importantes apoios, como inserção no mercado de trabalho, assistência médica, assistência social e psicológica. E isso acontece graças à Associação Rio das Ostras de Apoio às Pessoas com Deficiência. “A instituição desenvolve um trabalho com vários tipos de deficiência, como amputados, autistas, pessoas ostomizadas, deficientes físicos, cadeirantes, surdos, deficientes visuais e múltiplos. E nosso trabalho no esporte, junto à associação, com certeza é intensificado”.
Atualmente à frente Associação Rio das Ostras de Apoio às Pessoas com Deficiência desenvolve um trabalho com vários tipos de deficiência: amputados, autistas, pessoas ostomizadas, deficientes físicos, cadeirantes, surdos, deficientes visuais, e com deficientes múltiplos, vai trabalhar no esporte com eles, apoio para inserilos no mercado de trabalho, de assistência médica, assitencia social, psicológica.” Não é somente o futebol de amputados que pode proporcionar uma melhor qualidade de vida e inclusão social dos deficientes, e sim várias outras atividades necessárias”.
Foto divulgação - Arquivo Pessoal
Desistir nunca! Para Morote, todas as pessoas portadoras de necessidades especiais são grandes lutadoras por igualdade de direito e o acesso ao esporte deve ser proporcionado, sempre. São várias as atividades disponíveis aos deficientes. Pessoas ostomizadas, por exemplo, podem praticar o vôlei, amputados o futebol adaptado, o cadeirante o basquete, como também o autista, que pode ser um grande atleta de jiu-jtsu, karatê e o taekwondo. “O céu o limite e para gente não há limites”, concluiu.