Rivaldo: "Ancelotti não terá a pressão que outro técnico brasileiro teria no comando da Seleção"
Mesmo com o início do treinador previsto apenas para 2024, Rivaldo disse em entrevista à Betfair que a Seleção Brasileira deverá melhorar com a chegada de um profissional de confiança do técnico italiano
Foto reprodução: Betfair
Sherlock Communications - Por Denis Ninzoli
A imprensa já dá como certo: Carlo Ancelotti será o treinador da Seleção Brasileira a partir de 2024. De acordo com jornalistas especializados, o martelo foi batido entre o presidente da CBF e o técnico italiano e, segundo as informações complementares, Ancelotti vai indicar alguém de sua confiança para fazer a transição até a sua chegada oficial. O pentacampeão Rivaldo deu sua opinião sobre o tema em entrevista exclusiva para a Betfair.
Atualmente no Real Madrid, o treinador italiano nunca dirigiu uma seleção nacional, mas foi campeão da Liga dos Campeões em quatro oportunidades, duas pelo Milan e duas pelo seu clube atual, além de três títulos Mundiais de Clubes da FIFA. Segundo a análise do embaixador da Betfair, Rivaldo, esse currículo será importante para a Seleção Brasileira no próximo ciclo de Copa do Mundo.
“Estou certo de que qualquer treinador brasileiro não teria essa tranquilidade para fazer seu trabalho, pois a pressão seria imensa sempre que um resultado ou atuação não fosse tão positivo. Será histórico contarmos com nosso primeiro treinador estrangeiro, e mesmo que eu não esteja de acordo com a decisão, a verdade é que torço para que o Ancelotti possa se tornar em nosso primeiro técnico estrangeiro a ser campeão mundial em 2026.”
“A qualidade de Carlo Ancelotti não está em causa, pois ele é um excelente técnico que pode tirar bons resultados do elenco da Seleção Brasileira e eu sou grato por ter tido a oportunidade de ser treinado por ele. Além disso, ele é muito respeitado em todo o mundo e isso se reflete também na torcida e imprensa brasileira, que parece entusiasmada com a possibilidade de contar com um treinador de qualidade e experiência na seleção”, disse Rivaldo à Betfair.
O ex-jogador também comentou os últimos amistosos do Brasil - a vitória por 4 a 1 sobre Guiné e a derrota por 4 a 2 para a equipe de Senegal. “O Brasil venceu a Guiné de 4x1 e perdeu de 2x4 para o Senegal em amistosos internacionais esta semana que, na prática, terão pouca importância para esse momento pensando no futuro da Seleção Brasileira. Eu não dei importância à inesperada derrota do Brasil para o Senegal pois as circunstâncias são muito diferentes do que aconteceria numa Copa do Mundo, onde com certeza o Brasil mostraria sua força”, analisou.
Rivaldo também destacou as caras novas que marcaram presença na Seleção nos amistosos contra as equipes africanas, explicando que os jogadores precisam aproveitar esse momento em que a pressão ainda não é grande por conta de resultados. “Mesmo jogadores como Joelinton, Ayrton Lucas ou Malcom, que foram novidade, podem não ter continuidade no time pois quando chegar o indicado por Ancelotti, e mais tarde com o próprio treinador italiano, eles poderão ter outras opções em mente. Então, neste momento é desfrutar jogar com a camisa da Seleção numa fase em que a pressão é um pouco menor, pois logo vão começar as eliminatórias sul-americanas e o tempo das experiências irá terminar”, afirmou o embaixador da Betfair.
Felipão é o novo treinador do Atlético Mineiro
O Atlético Mineiro agiu rápido e anunciou a contratação do experiente Luiz Felipe Scolari para comandar a equipe mineira na sequência da Libertadores e do Campeonato Brasileiro. O gaúcho havia anunciado no ano passado que não seria mais técnico de futebol e estava exercendo uma função como diretor no Athletico Paranaense. O ídolo Rivaldo, campeão junto com Scolari na Copa do Mundo de 2002, disse que a chegada do treinador no Galo Mineiro será positiva para mexer com a equipe que conta com vários jogadores de qualidade.
“Eu vejo isso como algo natural de alguém que simplesmente não consegue deixar o futebol, já que o mesmo lhe corre no sangue. Além disso, ele terá a oportunidade de comandar um time com muitas ambições de conquistar títulos, como o Brasileirão e a Libertadores em 2023, e ele não quis perder a chance de assumir esse desafio num grande clube”, disse Rivaldo à Betfair.
Rivaldo também falou sobre a dificuldade que existe no Brasil para produzir uma nova geração de treinadores. “Quando você é um técnico desconhecido da torcida e da imprensa, basta uma pequena sequência de maus resultados e você salta fora do clube, até porque sendo jovem não terá um bom contrato e uma multa rescisória, ao contrário do que muitos treinadores estrangeiros fazem antes de assinar. Nesse quesito, eu concordo com os técnicos estrangeiros em se protegerem antes de assinar com um clube brasileiro, diferente dos jovens treinadores brasileiros que não têm o poder negocial de se assegurar antes de assinar contrato com os clubes e acabam saindo ao primeiro revés”, finalizou Rivaldo, embaixador da Betfair.
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