Um vôo que não chegou... e uma noite que nunca terminou
Viagem da Chape: A maior tragédia aérea mundial com uma equipe de futebol. completa oito anos nesta sexta feira (29).
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Da redação do Esporte Press Brasil
Em 2018, a Aeronáutica Civil da Colômbia concluiu a investigação e confirmou que o combustível do avião era insuficiente para o voo entre Santa Cruz, na Bolívia, e a Colômbia. O acidente ocorreu por esgotamento de combustível como consequência da falta de gestão de risco apropriada pela Lamia. Sem o combustível, os motores pararam de funcionar, e o avião planou até bater.
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Uma Tragédia anunciada
A delegação da Chapecoense viajava de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, onde fez uma escala para Medellín, na Colômbia, nessa cidade disputaria o primeiro jogo da grande final contra o Atlético Nacional. No entanto, sem combustível, o avião não conseguiu pousar e caiu em um morro, batizado posteriormente de "Cerro Chapecoense".
Ao todo, o acidente deixou 71 mortos, entre jogadores, comissão técnica, dirigentes, tripulação de vôo e jornalistas que viajavam com o grupo para a cobertura da finalíssima da Sul-Americana. Apenas seis pessoas sobreviveram à queda.
Como não houve final, a Chapecoense foi declarada campeã da Copa Sul-Americana de 2016 pela Conmebol. Nos dias em que seriam jogadas as partidas, aconteceram diversas homenagens no Estádio Atanasio Girardot, do Atlético Nacional, na Arena Condá, da Chape, e no Couto Pereira, estádio do Coritiba que receberia o jogo de volta da grande final.
Quando foi o acidente do avião da Chapecoense?
Há uma certa confusão na data do acidente em função do fuso horário entre Brasil e Colômbia. No horário local colombiano, desastre aconteceu às 21h59 do dia 28 de novembro de 2016 (segunda-feira). No Brasil, porém, já passava da meia-noite. No horário de Brasília, eram 0h59 do dia 29 de novembro de 2016 (terça-feira).
Algumas publicações se baseiam na data e horário da Colômbia, enquanto outras se baseiam no horário brasileiro. Desde o acidente, a Chapecoense homenageia as vítimas no dia 29 de novembro.
Torcida da Chapecoense nas proximidades da Arena Condá em Chapeco, no jogo histórico da semifinal - Imagens do zagueiro Filipe Machado
Filipe Machado o “Sangra Cavalo”
Para os Macaenses em especial os torcedores do Macaé Esporte e a Crônica esportiva local o falecimento do zagueiro da Chapecoense Filipe Machado causou na época grande comoção. Principalmente pelo fato do Zagueiro ter vestido a camisa do Alvianil Praiano e ter conquistado o principal titulo da história do futebol Macaense, o Campeonato Brasileiro da Série C de 2014.
Uma semana antes do vôo fatídico, na qual ele seria uma das vitimas, o zagueiro Felipe Machado concedeu uma entrevista exclusiva ao Programa Show do Esporte da Radio Macaense FM 101. Na entrevista manifestou o desejo de conquistar a Copa Sulamericana pela “Salsicha Atônica” apelido carinho na qual a época a Chapecoense era chamada.
A ultima entrevista do zagueiro da Chapecoense Filipe Machado, antes de ser uma das vitimas na queda do avião da Chapecoense em solo Colombiano no dia 29 de novembro de 2016.
Melhor Zagueiro do Brasileiro 2014
Em votação apurada durante a fase decisiva Brasileirão Filipe Machado, do Macaé, foi escolhido pelos leitores do www.seriec.com.br como o melhor zagueiro pela esquerda da Série C 2014. Em votação recorde, o zagueiro alvianil conseguiu abocanhar 55% da preferência dos curtidores da fanpage. superando os 31% de Gabriel, do CRB, e os 14% destinados a Pablo, do Paysandu.
Filipe José Machado foi revelado na base do Internacional e teve uma passagem pelo Fluminense. Acumulou também experiências em times europeus e asiáticos, jogou na Espanha, na Bulgária, no Azerbaijão e nos Emirados Árabes.
Filipe era canhoto, 1,88 m de altura e se destacou em jogos decisivos contra o Fortaleza e o CRB, duelos que colocaram o Macaé na final do Brasileiro da Série C.
Foto: Tiago Ferreira
Os sobreviventes
O ex-goleiro Jakson Follmann e o lateral Alan Ruschel, foram outros jogadores que sobreviveram, assim como dois tripulantes da LaMia. O narrador Rafael Henzel, também sobrevivente do acidente aéreo, morreu em março de 2019 após sofrer um infarto durante um jogo de futebol com amigos.
Ainda em atividade o lateral Alan Ruschel atua pelo Juventude do Rio Grande do Sul. Ele chegou no início de 2023, e essa é a sua terceira passagem pelo clube de Caxias do Sul.
A dor de quem espera ainda por justiça
Rosana Gimenez, mãe do lateral direito Guilherme Gimenez, de Ribeirão Preto (SP) afirmou a EPTV, afiliada da TV Globo no dia 12 de agosto desse ano que ainda não recebeu indenização nem da companhia aérea e nem do clube de Santa Catarina.
"Não recebemos nada, não tivemos respaldo de nada. Nunca perguntaram, nunca deram os pêsames às mães, nunca recebemos nada. Ninguém nunca falou nada, advogado nenhum. Entramos com processo, mas, até hoje, nada".
Ela explicou que existe um processo tramitando na Justiça há sete anos, mas a ação não tem data para ser julgada.
Gimenez se destacou pelo Botafogo-SP, de Ribeirão Preto — Foto: João Valdevite/Ag. Botafogo
Os culpados
O diretor da companhia aérea LaMia, Gustavo Vargas Gamboa, se declarou culpado por um dos quatro crimes de que é acusado pelos investigadores do acidente do avião que transportava a delegação da Chapecoense para a Colômbia.
Após o acidente o empresário venezuelano Ricardo Albacete, dono do avião que caiu com o time de futebol da Chapecoense em 2016, culpou uma controladora de voo do aeroporto de Rionegro, na Colômbia, pelo desastre que matou 71 pessoas.
Equipe da Chapecoense embarcando para o jogo de ida da final da Sulamericana em 2016 na Colômbia. Imagens gravadas pelo zagueiro Filipe Machado, uma das vitimas da tragédia.