Paulo Henrique na abertura de Brasil x Chile
O Macaense, ídolo do Flamengo e Seleção Brasileira será um dos homenageados pela CBF no Maracanã, nessa quinta feira (04)
Foto reprodução/divulgação
ESPORTE PRESS BRASIL - Por Mário Luiz
Um dos maiores laterais esquerdo da história do Flamengo e da Seleção Brasileira vai receber homenagens nessa quinta feira (04) no Maracanã. O evento fará parte do protocolo de abertura da partida da Seleção Brasileira contra Chile, válida pela penúltima rodada das eliminatórias da Copa do Mundo de 2026.
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) atendendo uma solicitação do Deputado e ex Presidente do Clube de Regatas do Flamengo Eduardo Bandeira de Melo, incluiu o ex-atleta e também treinador de futebol, entre os que serão lembrados por seus serviços prestados ao futebol Brasileiro.
Segundo o cronista esportivo Josafá Gomes, que também é um amigo pessoal bem próximo do ex-atleta, afirmou ao Portal Esporte Press Brasil, que Paulo Henrique ficou bastante emocionado com o reconhecimento.
“O Paulo merece todas as homenagem que puderem ser feitas a ele. Ainda mais se for no Maracanã, palco que ele tanto brilhou com a camisa do Flamengo e da Seleção Brasileira.” – Pontou o Jornalista.
Paulo Henrique se destacou na Copa do Mundo de futebol em 1966, realizada na Inglaterra. Na ocasião Paulo Henrique substituiu na posição o Nilton Santos, campeão mundial de 1958 na Suécia com a Seleção, e conhecido pelo apelido de a “enciclopédia”.
“Paulo Henrique é Macaense e teve a oportunidade de jogar uma Copa do Mundo ao lado de Pelé e Garrincha. O galinho Zico tem pelo Paulo uma grande consideração e respeito, por tudo que representa para o Flamengo e para o futebol de uma maneira geral.” – Finalizou Josafá Gomes.
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As origens de PH, o lateral artilheiro
Nascido em 05 de janeiro de 1943 e natural de Macaé estado do Rio de Janeiro, Paulo Henrique Souza de Oliveira com seus 82 anos de idade. Famoso lateral-esquerdo do Flamengo durante os anos 60 defendeu além do Flamengo, o Botafogo, Bahia, Avaí e Bonsucesso.
Parou de atuar com jogador de futebol em 1974 e logo se tornou treinador. Começou a carreira no Campos Associação, clube da cidade do mesmo nome Campos dos Goitacazes, e que carinhosamente é chamado de Roxinho por seus torcedores. Neste clube, por sinal, chegou até a dirigir seu amigo de Flamengo Murilo, que por lá passou em final de carreira. Também comandou Goytacaz, Americano e Remo.
Como jogador, foi campeão estadual do Rio de Janeiro em 1963, 1965 e 1972 pelo Mengão, e catarinense de 1973 pelo Avaí.
Paulo Henrique foi dono da lateral esquerda do Fla por doze anos, de 1960 a 1972, sendo o capitão do clube durante a década de 60. Defendeu o clube em 436 jogos, 211 vitórias, 119 empates e 106 derrotas; 13 gols.[2] Conquistou 19 títulos, dentre eles os Campeonatos Cariocas de 1963, 1965 e 1972 e o Torneio Rio-São Paulo de 1961
Paulo Henrique faz parte de uma geração de jogadores que eternamente morarão no coração da imensa torcida do Mengão.
Botafogo
Em 1971, foi emprestado ao Botafogo numa troca por Roberto Miranda, e participou do time que conseguiu o vice-campeonato carioca e retornou ao Flamengo para disputar o Brasileiro daquele ano. Roberto também retornou ao Botafogo.
Retorno ao Flamengo
Voltou para o Flamengo onde conquistou mais um Campeonato Carioca em 1972.
Botafogo em 1971. Em pé: Carlos Alberto Torres, Ubirajara Motta, Brito, Nei Conceição, Leônidas e Paulo Henrique. Agachados: Zequinha, Carlos Roberto, Nílson Dias, Jairzinho e Paulo Cézar Caju. - Foto divulgação
Avaí
Em meados do ano 1972, Paulo Henrique já tinha acertado a sua transferência para o América (RJ) quando surgiu uma proposta do Avaí. O Flamengo que tinha boas relações com o clube catarinense, liberou o jogador e abriu mão de receber uma compensação financeira. O lateral comentou na época que aceitou ir para o Avaí porque havia iniciado sua carreira no juvenil do Flamengo, em 1959 com Walter Miraglia, e que treinava o Avaí naquele ano. Campeão Catarinense em 1973, Paulo Henrique se aposentou em 1974
Seleção Brasileira
Em 1966, foi convocado pelo Técnico Vicente Feola junto com Silva para defender a Seleção Brasileira na Copa do Mundo na Inglaterra. Essa foi uma marca significativa em sua carreira, pois foi o jogador escolhido para substituir o lendário Nilton Santos em Copas do Mundo. Fez duas partidas, na vitória contra a Bulgária, o último jogo da dupla Pelé e Garrincha, e na derrota de 3–1 para a Hungria. Ao todo ele fez 13 jogos pela Seleção Brasileira (3 não oficiais) e fez parte do elenco que participou da Copa do Mundo de 1966.
Seleção Brasileira no mundial de 1966 - Da esquerda para a direita, apenas com as pernas aparecendo é o fantástico Djalma Santos, seguido pelo excelente volante do Flu, Denilson, o veterano Garrincha, o mais alto é o eterno capitão Bellini, Pelé, o camisa número 14, Lima, abraçado por Jairzinho (encoberto) e Paulo Henrique, o camisa oito. Foto: Reprodução/In My Ear
Garrincha no Mengão
Segundo Paulo Henrique, o Garrincha confessou que tinha o desejo de vestir a camisa do Flamengo. Sonho que se realizou em 1969, quando o próprio Paulo Henrique e o Murilo, lateral direito do Rubro Negro na época, ajudaram a concretizar a vontade de Garrincha.
Garrincha entrando com o Flamengo no Maracanã lotado. Atrás do craque está o zagueiro Onça. E do lado esquerdo (da esquerda para a direita) estão: Silva (embaixo da fumaça), Liminha e Luís Carlos Tatu. À frente, com a mão direita na bandeira, o lateral Paulo Henrique. E atrás da cabeça de Paulo Henrique você vê parte do rosto do saudoso zagueiro Moisés. Esse jogo foi o da estréia do Mané: Fla 0 x Vasco 2, dia 30 de abril de 1968, no Maracanã, em partida válida pelo Torneio Rio-São Paulo. O Mengão formou com Dominguez, depois Marco Aurélio, Marcos (irmão do Paulo Henrique), Onça, Moisés e Paulo Henrique; Liminha e Rodrigues Neto; Garrincha, depois Zélio (que é irmão do Cafuringa e do Chiquinho Pastor), Dionísio, Silva e Luís Carlos.
A volta do exterior
Em 2007, após passagem pelos Emirados Árabes Unidos, treinou o Quissamã FC, e que disputava na época a terceira divisão do Campeonato Carioca. Nesse período, conseguiu levar à equipe Quissamaense, a elite do futebol Carioca.
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Um capitão unindo o Flamengo de Dida e o de Zico
Até o surgimento de Paulo Henrique, parecia aos rubro-negros que seria impossível despontar um lateral-esquerdo que sucedesse Jordan. Porém, aos poucos, Paulo Henrique mostrou-se à altura do posto e se tornou referência técnica e de liderança. Um dos melhores da posição no país em seu tempo, defendeu o Clube por mais de uma década, ganhando os Cariocas de 1963, 1965 e 1972. Foi capitão do time e também um elo entre diferentes fases da história, tendo jogado com Dida na década de 1960 e com Zico em 1971.
Macaé Esporte
Em varias oportunidade comandou o Macaé Esporte, tradicional equipe Macaense, Vice Campeã Brasileira da Série D de 2009 e Campeã da Série C 2014. Inclusive o Alvianil praiano chegou a disputar o Brasileirão Serie B do ano seguinte (2015). Sua participação contudo e que merece destaque, foi em 2022. Paulo Henrique assumiu o Macaé, conseguindo um Vice-campeonato da Taça Santos Dumont, considerado o primeiro turno da Série A2(Divisão de acesso) do Campeonato Carioca. O Macaé Esporte abriu o placar, mas no segundo tempo permitiu a virada, levando o Volta Redonda a vencer a partida, que foi realizada no Estádio Elcyr Resende, cidade de Saquarema(RJ). A sua última passagem pelo Leão foi em junho de 2023.
Paulo Henrique - Foto: Caio Fernandes / Macaé Esporte
Paulo Henrique teve passagens como treinador no Serra Macaense, e no estado Espirito Santo comandou, as equipes Capixabas, Estrela de Cachoeiros de Itapemirim e Colo Colo de Ilhéus.
Plantando novas sementes
Recentemente iniciou um projeto de uma escolinha de futebol, que leva seu nome. O objetivo é repassar para crianças, adolescentes e jovens sua experiência de vida, conquistada dentro e fora dos gramados, e que envolve a técnica e disciplina.