Inclusão é a grande vencedora da Copa do Mundo de Basquete 3x3

O campeonato organizado pela Special Olympics, realizado nos dias 5 a 7 de dezembro, reuniu mais de 250 participantes de todo o mundo, incluindo os atletas do Brasil, que ficou na sétima colocação geral

Brasil na cerimônia de premiação - Foto: Niamh Nelson

Nos últimos dias, a cidade de San Juan, em Porto Rico, foi a capital da inclusão de pessoas com deficiência intelectual e o esporte tem papel fundamental. Organizada pelo movimento Special Olympics – que tem como princípio utilizar a prática esportiva para o desenvolvimento de pessoas com deficiência intelectual – a 1ª Copa do Mundo de Basquete 3x3 Unificado teve a República Dominicana como grande campeã no masculino, mas a experiência rendeu boas histórias e oportunidades aos atletas brasileiros que participaram. 

Dentro de quadra, a campanha brasileira foi muito emocionante. No dia 5, aconteceram os primeiros jogos da fase de grupos. O Brasil venceu por W.O. contra Burkina Faso, e por 21 a 7 contra a Jordânia. No dia seguinte, enfrentou o Paraguai, em um jogo emocionante entre duas melhores seleções do grupo, decidido nos últimos dois segundos do tempo regulamentar, quando o Brasil foi derrotado por 11 a 10. De qualquer forma, a classificação já estava garantida – as competições da Special Olympics são balizadas pelo nível de habilidade para que haja oportunidade de competições justas para todos. Desta forma, o Brasil ficou na divisão dois.

Na semifinal da divisão dois, o adversário do Brasil foi a Itália e, novamente em um jogo muito disputado, a partida terminou com vitória da Itália por 11 a 7. Na disputa da medalha de bronze, no dia 7, a seleção brasileira perdeu para o Canadá por 7 a 4 e terminou a competição na sétima colocação geral. 

“O Brasil é muito grande e tivemos atletas de diferentes cidades e estados, como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Nossos atletas se prepararam e entraram para vencer todas as partidas, mas, independente da colocação, a entrega dos atletas foi muito gratificante. Além disso, ver o desenvolvimento dos atletas com deficiência intelectual é o que realmente importa. Tivemos a primeira viagem internacional para a maioria deles, o que demonstra uma independência de seus pais e responsáveis. Tivemos um atleta autista não-verbal e vê-lo interagindo com os outros dentro e fora de quadra é tão importante quanto uma medalha”, afirma Douglas Pereira, presidente das Olimpíadas Especiais Brasil, representação brasileira do movimento Special Olympics, que conta com mais de 40 mil atletas treinando e competindo. “Também não podemos deixar de ressaltar as parcerias que tornaram possível a ida da delegação brasileira ao torneio, por isso, nosso muito obrigado à adidas e à Souza Okawa Advogados”, completa.

Além dos atletas com deficiência intelectual, a delegação brasileira também tinha atletas sem deficiência, os chamados atletas-parceiros, pois na metodologia de Esporte Unificado pessoas com e sem deficiência intelectual jogam juntas, mostrando que a inclusão pode e deve acontecer em qualquer lugar, inclusive dentro de quadra.

Após o torneio, a equipe toda retorna ao Brasil e seguirá treinando e se desenvolvendo para as próximas competições regionais, nacionais e internacionais organizadas pelo movimento Special Olympics.

Brasil x Paraguai0 Foto: Niamh Nelson

Brasil x Itália - Doto: Niamh Nelson

 

Brasil x Jordânia - Foto:Niamh Nelson

 

SOBRE OLIMPÍADAS ESPECIAIS BRASIL

Projeto global sem fins lucrativos, a Special Olympics é um movimento mundial centrado no desporto, fundado em 1968 por Eunice Kennedy Shriver – irmã do 35° presidente dos Estados Unidos John F. Kennedy. Trata-se de uma organização internacional criada para apoiar pessoas com deficiência intelectual a desenvolverem a sua autoconfiança, capacidades de relacionamento interpessoal e sentido de realização por meio do esporte.

Acreditada pela Special Olympics International, as Olimpíadas Especiais Brasil atuam nas seguintes modalidades esportivas: atletismo, águas abertas, basquete, bocha, ciclismo, futebol, natação, handebol, ginástica rítmica, tênis, tênis de mesa, vôlei de praia e judô; além dos Programas: Atleta Líder, Escolas Unificadas, Atletas Saudáveis, Atletas Jovens, MATP (Programa de Treinamento em Atividade Motora) e Famílias. Tendo o país quase 6 milhões de pessoas com deficiência intelectual, as Olimpíadas Especiais Brasil possuem 44 mil atletas treinando.

Filosofia

A Special Olympics tem como filosofia dar oportunidade a todos os atletas, independente do nível de habilidade, promovendo diversas competições, nas mais diferentes regiões do mundo, durante todo o ano. O programa é conduzido por voluntários e, por meio de treinamentos esportivos e competições de qualidade, melhora a vida das pessoas com deficiência intelectual e, consequentemente, a vida de todas as pessoas que as cercam.

Embaixadores

A Special Olympics conta, em nível local e global, com uma série de embaixadores que vestem a camisa do movimento e ajudam a levar adiante a causa. No Brasil, as OEB dispõem de nomes como os jogadores de futebol Cafu, Ricardinho, Romário, Zico, Lucas Moura e Willian Bigode e a jogadora de vôlei Jackie Silva. No mundo, além de nomes importantes do esporte, com destaque para Michael Phelps, há artistas como Avril Lavigne, Brooklyn Decker Roddick, Charles Melton, Eddie Barbanell, Maureen McCormick, Chris Pratt e Katherine Schwarzenegger.

 

Site: https://specialolympics.org.br/

Instagram: https://www.instagram.com/olimpiadasespeciaisbrasil/

 

*Com informações Coletivacomunicação

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