As "Bolebas" estão de volta!

Casal de Brasileiros aproveita a onda de sucesso das Bolinhas de gude no exterior, e cria um canal que vira "febre" nas rede sociais

Ricardo Azevedo e sua esposa Suzana - Foto reprodução

 

 

Da redação do ESPORTE PRESS BRASIL

 

Realmente o mundo esta vivendo um “Novo Normal”. Um esporte retrô muito utilizado por jovens da geração 70 e 80 esta de volta.

Chamada Marble Runs, em inglês, as tradicionais bolinhas de gudes ganharam novamente força, em disputas que viralizaram na internet durante a quarentena e conquistaram um público fiel, mesmo com a volta dos esportes em todo planeta. A modalidade não exige intervenção humana no local de competição se resume à montagem das pistas e arquibancadas. Uma vez dada a largada, as câmeras registram as bolinhas se alternando aleatoriamente conforme as interações com a pista.

irmãos Dion e Jelle Bakker - Foto reprodução

 

Dois holandeses, os irmãos Dion e Jelle Bakker, criaram um canal no youtube de Marble Runs, e vivem exclusivamente da renda obtida com as transmissões. Mas o que hoje é o ganha-pão da família começou com uma brincadeira de criança. Jelle é autista, e aos quatro anos começou a construir pistas na areia com a ajuda do irmão mais velho.

Conforme foi ganhando popularidade e seguidores, o nível de profissionalismo também aumentou. Hoje os holandeses têm a sua disposição uma equipe um designer de pistas, um narrador, um compositor e um comitê de 15 pessoas no controle de tempos e resultados.

Com mais de 1,2 milhão de inscritos. Os vídeos chamaram a atenção de grandes emissoras como ESPN e HBO, que levaram as corridas de bolinhas para a televisão americana. Jornais renomados como The New York Times e The Guardian também deram espaço para o fenômeno nas capas de suas sessões esportivas

Parte desta renda vem de uma parceria com a Fórmula E. Batizada de Marbula E, a competição é feita com equipes com os mesmos nomes das que disputam a competição de carros elétricos, com pistas que imitam os circuitos da temporada no mundo real.

No Brasil as Bolinhas de gude viram futebol e basquete

Ricardo Azevedo era consumidor assíduo dos vídeos de canais estrangeiros e percebeu que não havia nenhum produtor de conteúdo semelhante em português. E junto com a esposa Suzana criaram um canal Brasileiro no Youtube, com adaptações de pistas que incluíssem outros esportes fora do mundo a motor, como futebol e basquete. O canal em português se chama Fubeca Maníacos, usando o nome pelo qual as bolinhas são conhecidas na região de São Paulo.

O casal possui uma página em português e outra em inglês, que tem um maior número de assinantes, refletindo a maior popularidade do esporte no exterior. Mas eles percebem o aumento do interesse do público nacional, principalmente através do engajamento nas redes sociais. O número de seguidores no Instagram, por exemplo, cresceu mais de sete vezes durante o período de isolamento na pandemia de Covid.

A criatividade na montagem das pistas é um dos diferenciais do casal. E conforme o retorno foi crescendo, os dois apostaram cada vez mais no produto. Hoje trabalham com as bolinhas em tempo integral em um estúdio de 46m² no terraço de casa. Estimam um investimento na faixa dos R$ 50 mil em brinquedos para montar as pistas, oito câmeras para gravação das provas e por volta de 10 mil bolinhas de cores e modelos diferenciados.

 

 

A produção de cada vídeo leva cerca de uma semana. Há pesagem das bolinhas, para que a diferença de peso seja mínima e não prejudique a competitividade, montagem das pistas e cenários, gravação e edição. Além das narrações, feitas sob codinomes, o casal também faz o registro detalhado das estatísticas nos eventos de corrida.

- Os fãs cobram muito essas estatísticas, a diferença de uma bolinha para a outra a cada volta... Eles cobram uma programação, um calendário de todos os eventos. Fazem análises nos comentários, até brigam discutindo. Levam muito a sério mesmo, como uma paixão por qualquer outro esporte – disse Suzana.

 

* Com informações do GE

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