Crônica de uma grande lenda do futebol Macaense

Tita o Mestre, Tita o Extraordinário

Foto reprodução - Arquivo Renato Silva

 

Por Renato Silva

João Batista Pereira, ou simplesmente "Tita", ex-lateral do Bangu, Goytacaz, Americano de Campos (RJ) e Remo.

Nascido do dia 24 de junho de 1954, Tita, teve que encerrar a carreira de forma prematura aos 29 anos, após uma grave contusão no joelho, em partida contra o Guarani de Campinas (SP).

Fato marcante na sua época como jogador profissional, e especificamente, no time do Americano de 1980, foi o vice-campeão carioca daquele ano, enfrentando de igual para igual, qualquer grande equipe daquela época, teve a árdua missão de marcar grandes feras como Roberto Batata, Jorge Mendonça, Roberto Dinamite, Zico entre outros.

Ele jogava o fino da bola, uma barbaridade, era um monstro em campo.

Depois que Tita parou de jogar, ingressou na carreira de treinador, e foi ser técnico na categoria de base no Clube Cidade do Sol.

Pelo Clube Cidade do Sol foi campeão diversas vezes pelo macaense, e além de trabalhar no clube, trabalhava no projeto social, no campo do Nacional e das Malvinas, coordenando mais de 100 jovens, promovendo a inclusão social entre várias crianças dos bairros, Aroeira, Botafogo, Malvinas, Novo Botafogo. Dentre elas o Geraldo Ivo, mais conhecido como Nem.

Na época o Clube Cidade do Sol que é uma Instituição privada, somente podia fazer parte do time quem era Sócio, e o Nem foi primeiro negro não sócio a fazer parte do time infantil. Um garoto também jogava demais, tanto é que depois atuar pelo o Cidade do Sol, vestiu a camisa do Macaé Esporte pelo profissional, na final do 1° turno do Carioca da Serie B. Na posição de meio campo, foi improvisado na lateral esquerda, onde teve excelente aproveitamento, alcançando a melhor nota da partida, em votação feita pelo jornal o lance na época.

Tita foi amigo, paizão para vários garotos, tanto do projeto, como no clube, foi de vital importância na vida de vários jovens, ajudando na sua formação e capacitação, espelhados em exemplos de um homem simples, humilde, e de caráter peculiar,

Eu Renato Silva, que acompanhava sempre o meu pai Antônio Silva, mais conhecido como Zanata. Lembro-me da época em que ocorreu uma partida, envolvendo a final do Campeonato de veterano em Conceição de Macabu. Nesse dia deu tudo errado, o carro que levaria outros jogadores da equipe que participaria do torneio apresentou defeito. Com imprevisto. Perderam a final por WO, mas de tudo isso, ficou a lembrança daquele garoto de 10 anos, as palavras de Tita:

“Hoje perdemos a final por vários fatores, mas no ano seguinte voltaremos e seremos campeões”.

E não deu outra, voltaram no ano seguinte e se tornaram campeão do torneio.

O Tita era assim, determinado, não se abatia com derrota, era um vencedor, uma pessoa extraordinária.

Infelizmente esse grande profissional do futebol veio a falecer em 2015 aos 63 anos de idade. Porem o seu legado permanece até os dias de hoje, na memória dos amantes do futebol macaense.

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