Ativista pela inclusão, o ator e judoca Breno Viola celebra o Dia Internacional da Síndrome de Down em evento gratuito, neste domingo, em Brasília

CaminhaDown DF reafirma os direitos adquiridos pelas pessoas com Síndrome de Down e fortalece o combate ao preconceito e à disciminação

Crédito Daniela Dacorso - Breno Viola
Por Andrea Pêssoa

O ator, judoca e ativista da Síndrome de Down carioca Breno Viola foi convidado pela organização da  CaminhaDown DF a ir a Brasília para participar das atividades do Dia Internacional da Síndrome de Down, comemorado no dia 21 de março. Viola é ator do consagrado filme “Colegas” (2012), protagonizado por três atores com síndrome de Down, e acaba de participar das filmagens da continuação do longa, “Colegas e o Herdeiro”, prevista para chegar ao circuito comercial em 2025.

No domingo (24/3), ele participa da CaminhaDown, das 9h às 14h, no Parque da Cidade. A caminhada conta com diversas atrações gratuitas e tem como objetivo reafirmar os direitos adquiridos pelas pessoas com Sìndrome de Down, além de lembrar a importância do combate ao preconceito e à discriminação e propagar a luta pela inclusão. Na segunda (25/3), ele participa de sessão solene na câmara dos deputados a convite da deputada federal Erika Kokay, a partir das 11h.

Com uma longa trajetória na luta em prol das pessoas com Síndrome de Down, Breno Viola foi o primeiro  atleta de judô com Síndrome de Down das Américas (e possivelmente do mundo) a conquistar a faixa preta, em 2002, a vencer campeonatos do esporte para pessoas com deficiência intelectual, como o Judô Para Todos, e a competir nas Special Olympics, no exterior.

Em paralelo à trajetória no esporte, construiu uma carreira artística, sendo um dos protagonistas do longa Colegas (2012), de Marcelo Galvão, pelo qual levou o prêmio de melhor ator em Gramado (ao lado dos outros dois atores principais, Ariel Goldenberg e Rita Pokk), e apresentador da série Qual É a Diferença? (2015), no Fantástico, ao lado de Drauzio Varella. Também estrelou o documentário Três Vidas e Um Sonho, de Marcelo Galvão, que conta a história do trio de Colegas e suas mães.

No período em que trabalhou no site Movimento Down, como editor de conteúdo adaptado e autodefensor, viajou pelo país para palestras e debates representando as pessoas com Síndrome de Down, chegando a discursar na sede da ONU, em Nova York, em 2013, no Dia Internacional da Síndrome de Down, e no Senado Federal, em 2015.

Atualmente, é também palestrante e criador de conteúdo em seu Instagram (@breno.viola), tendo feito campanhas para grandes marcas.

Crédito Daniela Dacorso - Breno Viola

 

Sobre o Dia Internacional da Síndrome de Down

Criado em 2006, o Dia Internacional da Síndrome de Down tem como objetivo celebrar a vida das pessoas com a síndrome e conscientizar a sociedade sobre a importância da promoção da qualidade de vida dessas pessoas e de sua inclusão. A comemoração dessa data foi proposta pelo Brasil na Assembleia da ONU (Organização das Nações Unidas) e foi aprovada por unanimidade em 2011.

A data, 21/3 (ou 3/21, em alguns países) faz referência à trissomia do cromossomo 21, que é a causa dessa ocorrência genética. Ou seja, enquanto a maioria das pessoas possui um par de cada cromossomo, as pessoas com Down possuem uma alteração, contendo três unidades do cromossomo 21.

Conforme dados do Ministério da Saúde registrados no Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc), a cada ano nascem 1.978 crianças com a síndrome no Brasil (seguindo o parâmetro de 2020 a 2021). O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que cerca de 300 mil pessoas no país têm Síndrome de Down.

É importante frisar que a Síndrome de Down não é uma doença, e sim uma condição genética. No passado, foram difundidos uma série de mitos sobre a síndrome que eram obstáculos para sua inclusão na sociedade. Hoje, já se sabe que, com estímulo adequado, acompanhamento multidisciplinar, educação inclusiva e convívio social, as pessoas com Down podem levar uma vida plena.

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