Brasil destaca inclusão e inovação no esporte para pessoas com deficiência durante conferência da ONU
O evento reuniu autoridades brasileiras e francesas, representantes de organizações internacionais
Ministro do Esporte, André Fufuca, durante conferência na ONU. Foto: Divulgação/MEsp
O Brasil apresentou, nesta terça-feira (10), suas políticas públicas voltadas ao paradesporto durante um evento paralelo da 18ª Sessão da Conferência dos Estados Partes da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (COSP), realizada na Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York. A iniciativa foi coorganizada pelo Ministério do Esporte do Brasil e pelo Ministério do Trabalho e Inclusão da França, tendo como tema central “O desenvolvimento do paradesporto como meio de inclusão social: formas inovadoras de financiamento e medidas”.
O evento reuniu autoridades brasileiras e francesas, representantes de organizações internacionais como o Unicef, e especialistas da sociedade civil, com o objetivo de debater mecanismos inovadores para financiar o esporte inclusivo e garantir o direito ao esporte para pessoas com deficiência.
Em seu discurso de abertura, o Ministro do Esporte, André Fufuca, destacou a importância do paradesporto como instrumento de cidadania e transformação social. “O Brasil entende que o esporte é um meio fundamental de inclusão social e promoção da igualdade. Acreditamos que o paradesporto deve estar presente desde a iniciação esportiva até o alto rendimento. Para isso, temos promovido iniciativas que envolvem desde a capacitação de profissionais até a construção e adaptação de equipamentos esportivos acessíveis.”
Modelo de inclusão
Um dos principais destaques da participação brasileira foi a apresentação do Programa TEAtivo, iniciativa voltada para pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Criado pelo Ministério do Esporte, por meio da Secretaria Nacional de Paradesporto (SNPAR), o projeto já conta com 11 núcleos ativos e atende cerca de 3 mil crianças e adolescentes em todo o país, oferecendo atividades como capoeira, natação, futebol e atletismo.
Segundo o ministro, o programa foi desenvolvido com base na realidade local e em parcerias estratégicas com entidades como a Apae Brasil. “Utilizamos a Lei de Incentivo ao Esporte como modelo de financiamento inovador para garantir a sustentabilidade do programa”, explicou.
O secretário Nacional do Paradesporto, Fábio Araújo, ressaltou todos os programas do Ministério voltados para pessoas com deficiência, como o Semear, Maré Inclusiva, PPBR, além das políticas públicas de incentivo, como o Bolsa Atleta. “Em apenas dois anos, nosso orçamento cresceu 20 vezes, o que representa uma grande oportunidade para trabalhar o esporte junto às pessoas com deficiência. A Lei de Incentivo ao Esporte estimula a participação das empresas. O Ministério também mantém o Bolsa Atleta, com mais de 2.500 atletas paralímpicos, surdolímpicos e auxiliares contemplados diretamente pelo programa. São incentivos concedidos diretamente aos atletas que fazem o esporte paralímpico acontecer.”
O secretário ressaltou ainda que o Ministério do Esporte não busca formar atletas olímpicos, mas concentra esforços em ampliar o alcance do esporte para pessoas com deficiência.
Erivaldo Fernandes, representando a Apae Brasil na conferência, compartilhou um pouco do trabalho que vem sendo desenvolvido. “O projeto TEAtivo tem sido uma fonte de motivação para continuarmos nosso trabalho. Capacitamos 65 professores para atuar diretamente nas iniciativas, disponibilizamos mais de 500 tipos de materiais didáticos e terapêuticos, além de 1.200 equipamentos esportivos. Essa estrutura tem transformado a forma de atendimento e reabilitação das pessoas dentro do espectro do autismo, promovendo dignidade, inclusão e autonomia”, afirmou.
Cooperação internacional
Além da participação brasileira, a França apresentou sua estratégia para o esporte e a deficiência, incluindo medidas de combate à violência no esporte e políticas voltadas à formação de atletas paralímpicos e salientou os últimos Jogos Paralímpicos sediados pelo país. A troca de experiências entre os dois países reforçou o papel da cooperação internacional na promoção de políticas inclusivas.
O evento paralelo faz parte das atividades da 18ª sessão da COSP, que ocorre de 10 a 12 de junho, com o tema principal “Aumentar a conscientização pública sobre os direitos e contribuições das pessoas com deficiência para o desenvolvimento social”. A conferência é realizada anualmente desde a ratificação da Convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, da qual o Brasil é signatário desde 2008.
Na sessão, o Brasil reafirmou seu compromisso com a promoção dos direitos das pessoas com deficiência. “Continuaremos investindo, reconhecemos o esporte como um instrumento poderoso de transformação. Estamos abertos à cooperação internacional para fortalecer políticas inclusivas no esporte, promovendo uma sociedade mais justa, acessível e igualitária”, concluiu André Fufuca.
*Com informações Ascom Ministério do Esporte