Teve muita Fúria e não faltou Garra

Confira a crônica das finais das Séries A e B do Campeonato Macaense Amador, encerrado neste domingo

Fúria (Série A) e Garra (Série B) conquistaram o Campeonato Macaense de forma inédita (Fotos Tiago Ferreira)

 

TIAGO FERREIRA / ESPORTE PRESS BRASIL

 

No dicionário, as palavras “fúria” e “garra” tem vários significados. Porém, aqui a gente fica com os sinônimos “ímpeto de valentia” e “determinação”, que melhor resumem os títulos da AE Fúria e do Garra FC, campeões neste domingo das Séries A e B do Campeonato Macaense de Futebol Amador, respectivamente. Ambas as equipes chegaram a estar em desvantagem nas finais, mas foram persistentes e deram a volta olímpica no Expedicionário.

A primeira decisão foi a da Série B. O Garra mostrou porque teve a melhor defesa da competição e soube segurar o ímpeto ofensivo do Atlético Lagomar. Sem as redes balançar – foi o primeiro empate em 0 a 0 no campeonato –, o título foi decidido nos tiros livres da marca do pênalti.

E os dois times abriram a série com os seus camisas 9. Jamal e Pimenta, que fizeram 6 gols cada no campeonato, não desapontaram. Mas, na segunda cobrança, o volante Natan Lira, do Garra, viu o goleiro Mão defender a sua cobrança. Só que, Felipe não conseguiu deixar o Atlético Lagomar em vantagem, com a também defesa do goleiro Sales.

E foi assim até a sétima cobrança para cada time. Pelo lado Garra, marcaram Lucas, Robson Lira, Rafael, Maxwell e Caniggia. Já pelo Atlético Lagomar, balançaram as redes Rodrigo, Mota, Cesar Tavares, Gaguinho e Felipe Cruz.

Mas, na oitava penalidade, foi selado o destino do campeonato. O meia Douglas Lira, melhor em campo e eleito o craque do campeonato, marcou para o Garra. Depois, a pressão ficou toda em cima do PH. O zagueiro do Atlético Lagomar foi para a cobrança e isolou. Melhor para o Garra, que venceu por 7 a 6 e levantou o caneco.

Se a Série B foi decidida apenas nos tiros livres da marca do pênalti, a Série A só conheceu o seu campeão nos acréscimos. O Sinditob vencia o Fúria por 1 a 0 até aos 44 minutos do segundo tempo, mas sofreu a virada em apenas três minutos e viu o rival festejar a conquista no ano do centenário do campeonato.

O Fúria chegou a dominar grande parte do jogo, mas quem abriu o placar foi o Sinditob, no início da etapa final. Baianinho foi derrubado na área pelo goleiro Dennis, e o atacante Deja cobrou a penalidade com categoria e deixou a sua equipe em vantagem.

Assim como na semifinal, o Fúria buscou a reação quando o adversário ficou com um a menos em campo. Aos 18 minutos, Beu, que jogou improvisado na lateral-esquerda, recebeu o segundo amarelo e, consequentemente, foi expulso de campo.

Apesar da vantagem numérica, o Fúria encontrou dificuldades para chegar à área do Sinditob. O técnico César Tavares fez mudanças na equipe e conseguiu o empate somente aos 44 minutos. Mateus Payer fez grande jogada pela esquerda e cruzou rasteiro para o zagueiro Diguinho, de carrinho, deixar tudo igual.

Quando a decisão parecia se encaminhar para a disputa por pênaltis, surge um herói improvável (ou predestinado?). O cronômetro já passava dos 47 minutos. Mateus Payer fez belo lançamento para Robson, na direita. O lateral dominou bem e cruzou na medida para Wellington marcar, de cabeça, o gol do título do Fúria.

Wellington, mais conhecido como “Pastor”, é um cara iluminado. Não é um garoto. Tem 37 anos. Evangélico fervoroso e homem de confiança da comissão técnica, foi acionado só aos 34 minutos do segundo tempo. Entrou com a missão de levar a sua equipe ao ataque e foi premiado com o gol do título.

Há quem diga que é mais um acaso do futebol. Mas, para quem tem uma fé e persevera, acredita que é obra de algo superior! O sentimento não foi de “fúria”, e sim de ver o esforço e o empenho de quem luta até o fim serem recompensados.

Fúria e Garra, que pela primeira vez são campeões Macaenses, merecem todas as homenagens!

 

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