As duas faces do Leão

Macaé Esporte relembra conquista histórica no futebol, de olho na tabela do estadual e lutando para não entrar na zona do rebaixamento, da Série B1.

Foto: Tiago Ferreira

 

ESPORTE PRESS BRASIL - Por Mário Luiz

Nesta quarta feira (25) completam nove anos da “Saga do Castelão”, ocasião que futebol macaense e o Leão Praiano escreveram uma das páginas mais lindas de sua história.

No dia 25 de outubro de 2014, o Macaé Esporte teve como testemunha ocular naquela temporada, 63.624 pessoas, em completo êxtase assistindo o Alviano Praiano superar o Fortaleza, e conquistar uma vaga para o Campeonato Brasileiro da Série B de 20215. Foi o maior público presente registrado em um estádio de futebol, entre todas as divisões do futebol brasileiro naquela temporada.

 

Fortaleza 1 X 1 Macaé Esporte - Crédito: Tiago Ferreira

 

Um resumo do acesso

No seu primeiro mata-mata na Série C, em 2010, o Macaé bateu de frente contra o tradicional Criciúma. O primeiro duelo foi realizado no Moacyrzão. Os catarinenses fizeram 2 a 0 no primeiro tempo, porém o Leão mostrou suas garras e virou para 3 a 2 em jogo emocionante. No segundo duelo, um dos capítulos mais tristes da história do alvianil. Em uma partida repleta de polêmicas de arbitragem, o Criciúma venceu por 2 a 0 e ficou com o acesso.

O Macaé teve nova chance de conseguir à tão sonhada vaga na Série B em 2012. Foi à primeira edição no atual formado (dois grupos com 10 equipes cada). Na chave B, o Leão sobrou na primeira fase e ficou em primeiro lugar, com 32 pontos. No mata-mata, o Alvianil encontrou pela frente outro clube tradicional: o Paysandu. No jogo da ida, em Paragominas (PA), o Papão venceu por 2 a 0. No Moacyrzão, o Macaé chegou a estar devolvendo o placar - fez 2 a 0 -, mas sofreu um gol, fez 3 a 1, sofreu outro e ficou sem a vaga ao vencer por 3 a 2.

A terceira oportunidade do acesso veio em 2013. Novamente o Macaé sobrou na fase de classificação - ficou em primeiro lugar na chave, com 31 pontos - e nas quartas-de-final enfrentou o Sampaio Corrêa (MA), quarto colocado do Grupo A. Só que mais uma vez o Leão ficou longe da vaga já no primeiro jogo. No Castelão, em São Luís, o time da casa venceu por 5 a 3 e praticamente garantiu o acesso. Ao Macaé, restava vencer por dois gols de diferença em casa. Mas, o empate em 1 a 1 deu o acesso ao rival.

Com uma campanha irregular na primeira fase, o Macaé trocou todo o seu comando técnico a cinco rodadas do fim: saiu Júnior Lopes e entrou Josué Teixeira, que voltava ao clube cinco meses após a sua saída. Nestes cinco jogos, a equipe venceu duas (2 a 1 no Duque de Caxias e 1 a 0 no Caxias), empatou duas (0 a 0 com o Juventude e 1 a 1 com o Guaratinguetá) e sofreu apenas uma derrota (1 a 0 para o Mogi Mirim).

Na quartas, o adversário foi o Fortaleza. Depois de um jogo de ida sem gols, o Macaé precisou ir ao Fortaleza e encontrar um clima diferente de tudo que já tinha visto: o Castelão estava lotado com mais de 63 mil torcedores - o maior público das quatro divisões do Brasileiro no ano passado. Juba marcou, o Tricolor empatou no fim da partida, mas o empate em 1 a 1 de o acesso ao time alvianil.

O CRB ficou pelo caminho nas semifinais. Na decisão, dois jogos emocionantes contra o Paysandu (1 a 1 em casa e 3 a 3 no Mangueirão) colocaram o Macaé, pela primeira vez, entre os 40 melhores clubes do Brasil.

 

B, C e D de série em Série, até não fazer mais parte das competições Nacionais

Depois de uma péssima campanha somando apenas 19 pontos em 18 jogos. Em 10 de setembro 2017 o Macaé foi rebaixado para Série D do Brasileiro. O Macaé marcou 16 gols e sofreu 28. Venceu apenas cinco jogos, e perdeu nove vezes. Foram quatro empates, sendo um deles na última rodada para o Tombense (MG) dentro do Moacyrzão.

 

Um Cariocão manchado por escândalos

Somando apenas um ponto após dez rodadas, o Macaé foi rebaixado no dia 17 de abril de 2021. Derrota pelo placar de 4 a 2 diante a equipe do Madureira, no estádio Aniceto Moscoso, teve suspeitas de envolvimento de atletas com casas de apostas. No retrospecto do Macaé foi terrível. Sem nenhuma vitória, um empate e nove derrotas com seis gols marcados e 25 sofridos.

 

Foto reprodução Macaé Esporte

 

Da esperança a incertezas

Em 2022, o Macaé esporte passou a ser administrado por grupo de empresários macaenses. O objetivo era resgatar o futebol da cidade novamente em grandes competições estadual e nacionais. No entanto, após um inicio promissor e chegando ate fazer uma final de turno do Campeonato Carioca da Série A2 contra o Volta Redonda, em partida realizada no estádio Elcir Resende de Mendonça, na cidade de Saquarema. A gestão não conseguiu alcançar o objetivo, que era colocar o clube na primeira divisão do Campeonato estadual, e permaneceu na Série A2.

Com a frustração o grupo se desfez, e o empresário Cristiano Assis, que já era o vice Presidente do Macaé, assumiu a presidência do Alvianil.

 

Nove anos depois...

2023 começou cheio de expectativas. O Macaé esporte “repatriou” o Toninho Andrade, um dos mais conceituados treinadores do estado do Rio de Janeiro, e com uma rica biografia ligada aos clubes do interior fluminense, principalmente o Macaé Esporte. Junto com ele chegaram grandes profissionais com a missão de resgatar a mística do período dourado do Leão Praiano.

Porém uma serie de imprevistos somados ao baixo aproveitamento da equipe, as coisas acabaram não alcançando êxito. Além disso, o elenco ainda perdeu logo no inicio da temporada, o zagueiro Kadu. O atleta atuava como zagueiro no Macaé, e sofreu um acidente automobilístico na capital do estado, que lhe ceifou a vida. Fato que acabou abalando muito toda equipe, comissão técnica e diretoria.

Com saída de Toninho Andrade, retornou ao clube treinador Paulo Henrique. Mas, nem mesmo a chegada do lendario treinador e ex atleta ajudou a equipe, a impedir a queda para terceira divisão do estadual (Série B1)

 

Nas encruzilhadas da bola e do destino.

Mas Cruel e amargo não poderia ser. Digno desses folhetins que formam as estórias cercadas e repletas de dramas. O Macaé Esporte entra em campo nessa quarta feira (25) justamente em uma das datas mais gloriosas de sua existência, com objetivos completamente distintos de nove anos atrãs.

Com poucas chances de se classificar para o quadrangular final e decisivo do estadual da Série B1, o Macaé enfrenta o Nova Cidade, em um “jogo de seis pontos” precisando vencer para se afastar da zona de rebaixamento. No momento a equipe da Baixada Fluminense tem 8 pontos, contra os 7 pontos do Leão Praiano. A partida esta prevista para começar às 15 horas no Estádio Antônio Ferreira de Medeiros, que fica localizado na cidade de Cardoso Moreira, noroeste do estado do Rio de Janeiro. Mesmo sendo o mandante da partida, o Macaé não poderia atuar no Estádio Claudio Moacir de Azevedo (Moacirzão) por uma série de motivos.

No primeiro deles, é que o clube foi punido pela Federação de Futebol do Rio de Janeiro (FERJ), com a perda de cinco mandos de campo por conta de incidentes envolvendo o alvianil na competição dentro de campo.

Segundo, o estádio que ainda não teve as suas obras de revitalização encerradas, acabou agora em outubro, de ter os laudos dos bombeiros, policia militar, defesa civil e Ferj vencidos, e esta impedido de realizar partidas profissionais. Até o momento, os mesmo ainda não foram renovados.

 

Estádio Claudio Moacir de Azevedo (Moacirzão) - Crédito: Tiago Ferreira

 

Vai que a nossa fé te empurra!

Macaé Esporte nesse dia 25 de outubro de 2023 infelizmente não reúne muitos motivos para comemorar nada dentro e fora dos gramados. Mas que esta referência de um passado recente de vitorias, possa inspirar a equipe e a todos os integrantes, na luta por dias melhores.

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