Uma década após acesso à Série B, Mirinho detona a gestão do Macaé
Ex-presidente diz que reassumiria o clube caso fosse necessário e acusa atual diretoria de não gostar de futebol
Mirinho exibe o troféu de campeão Brasileiro da Série C de 2014 (Foto: Divulgação)
Por Redação ESPORTE PRESS BRASIL
Dia 25 de outubro de 2014. Há exatos 10 anos, o Macaé Esporte fazia história ao conquistar o inédito acesso à Série B do Campeonato Brasileiro calando mais de 64 mil torcedores em um lotado estádio Castelão. Naquela noite, o Leão empatou em 1 a 1 com o Fortaleza e carimbou o passaporte para a segunda divisão nacional do ano seguinte. Mas, com a crise do petróleo em 2015, o clube foi atingido em cheio – assim como a cidade – e acabou iniciando um processo de decadência, que culmina hoje com o Alvianil Praiano na Série B2 do Carioca (equivalente a quarta divisão) e fora das competições nacionais.
Na última semana, o ESPORTE PRESS BRASIL esteve no distrito de Glicério, na região serrana do município, e entrevistou o ex-presidente Teodomiro Bittencourt Filho, o Mirinho, onde ele vive atualmente. O dirigente, que sempre teve como marca principal não ter “papas na língua”, detonou a atual gestão, que assumiu o clube em 2022, com um grupo de empresários ligados ao ramo das criptomoedas, mas que agora segue apenas com o atual presidente Cristiano Assis.
– A revolta é muito grande. Será que não sabem fazer futebol? Eu só sinto saudades e tristeza de ver onde o Macaé está hoje – dispara.
Mirinho relatou que está bem de saúde, mas que precisa fazer uma cirurgia em uma das pernas, mas que em poucos meses estaria pronto para poder ajudar o clube novamente.
– Primeiro, tenho que tratar desse problema da perna, com uma cirurgia. E, em 60 dias, poderia voltar a andar normalmente. Vontade de voltar (ao futebol) eu tenho. É só ficar bom da perna. Irei procurar a pessoa que pegou o time, a mesma que pediu licença esse ano. Melhor voltar às competições do que ficar parado, se não daqui a pouco vai acabar – frisou.
Fundador do Leão, desde os tempos de Botafogo de Macaé, Mirinho lembra com saudosismo o dia do jogo contra o Fortaleza e de outras partidas históricas.
– Jogamos contra 64 mil torcedores, no mesmo estádio que hoje vemos o Fortaleza fazer uma campanha brilhante no Campeonato Brasileiro da Primeira Divisão. Lá o Macaé eliminou o Fortaleza e subiu para a Série B, com o gol do Juba. A saudade é muito grande, porque tivemos outros grandes momentos, quando ganhamos do Flamengo aqui por 1 a 0 (Carioca de 2018), quando ganhamos do Fluminense com o Moacyrzão lotado por 1 a 0 com gol de Juninho de falta (Carioca de 2015), quando ganhamos do Botafogo por 4 a 2 na Série B do Brasileiro (2015). A gente não pode esquecer. Mas, infelizmente, tem gente que assume o poder e não gosta de futebol – reitera o ex-presidente.
Por fim, Mirinho também fez questão de lembrar do inédito título da Série C de 2014, após os dois jogos contra o Paysandu na grande final.
– Quando conquistamos o acesso contra o Fortaleza, que era o mais importante naquele momento, vimos que dava para ser campeão. E conquistamos o título contra o Paysandu, com o Mangueirão lotado, em Belém (PA). Ninguém pode esquecer isso, está gravado na história. E digo ao torcedor que eu ainda pretendo voltar ao Macaé – concluiu.