Phil Rajzman surfa ondas de mais de 3 metros na Região dos lagos, no Rio de Janeiro

Bicampeão mundial é um dos poucos surfistas no país a encarar de longboard um swell nestas condições extremas. A previsão é de que as grandes ondulações devam continuar no Sudeste até este domingo

Fotos reprodução: Rajzman surfando ondas grandes e tubulares na Região dos Lagos/RJ (Crédito Enrico Brozatto)

 

São Paulo, abril de 2021 – Grandes ondas estão fazendo a festa dos surfistas desde a última quarta-feira, no Sudeste e Sul do país e, pela previsão, continuará durante o fim de semana. Essa grande ondulação formada pelas tempestades em alto mar, o chamado swell, já estava sendo monitorada desde a semana passada, sobretudo no litoral do Rio de Janeiro. De olho nessas ondas tubulares, o bicampeão mundial, Phil Rajzman está aproveitando o raro fenômeno da natureza para colocar em prática seu melhor surfe, na Região dos Lagos. O carioca é um dos raros surfistas do Brasil a pegar um swell com essa intensidade com uma prancha de longboard, modalidade na qual conquistou os títulos mundiais de 2007 e 2016.

“É um swell épico. Uma formação atípica desse ciclone no oceano que trouxe essas ondas para o litoral brasileiro. Já estava sendo monitorado pelo pessoal do Pico Certo (picocerto.com) e sabíamos que viria com uma intensidade excelente, com direção de vento e ondulações corretas aqui para a Região dos Lagos. Surfamos ondas de mais ou menos 3 metros, na remada mesmo”, afirma Rajzman, morador de Búzios.

Segundo Rajzman, essas ondas atraíram grandes atletas para região. “Aqui provavelmente foi o lugar onde o swell entrou mais alinhado para surfar, tanto que estavam conosco Marcelo Trekinho, Gabriel Pastore, Raoni Monteiro, João Vitor Chianca, o “Chumbinho”, entre outros”, conta.

Para encarar altas ondas como essas é necessário muita técnica e habilidade, ainda mais com uma prancha de longboard, que mede no mínimo 3 metros ou 9 pés (cerca de 1 metro a menos que a pranchinha). ”É preciso ter uma técnica mais apurada que inclusive desenvolvi surfando ondas de Pipeline e Backdoor (Havaí). Por isso, consigo varar a arrebentação da mesma forma que alguém de pranchinha faria. Mas para isso, desde muito novo é preciso gostar de ondas grandes”, explica. “O longboard tem menos curva que a pranchinha e maior área de contato, então se não tiver encaixado na hora do drop você embica e toma uma vaca logo de início. Outro detalhe é encaixar uma prancha de 9 pés dentro do tubo, são várias técnicas”, completa Rajzman, um dos raros surfistas com essa habilidade, cuja performance pode ser conferida também no filme “Surf Adventures” que o atleta protagonizou e foi recorde de bilheteria.

Outro detalhe é que o atleta da elite mundial surfa com pranchas de fabricação própria que vem desenvolvendo há aproximadamente 15 anos. Para esse tipo de onda está usando o modelo Longboard Gun, de no mínimo 9 pés e 19 polegadas de largura, com a parte de trás mais estreita para ganhar velocidade para entrar e sair do tubo.

O fim de semana será de muita diversão para os surfistas e Rajzman pretende aproveitar ao máximo: “Quem surfa ondas grandes e tubulares no Brasil certamente vai surfar essas ondas em qualquer lugar do mundo, por isso precisamos aproveitar quando esse fenômeno acontece por aqui”, finaliza.

Sobre Phil Rajzman – Carioca, 38 anos, o atleta tem o esporte em sua genética, já que é filho do medalhista olímpico de vôlei Bernard Rajzman e da ex-patinadora profissional Michelle Wollens. Atleta da elite mundial do surfe é bicampeão mundial de longboard (2007 e 2016), bicampeão Pan-Americano (2007/2009), campeão Sul-Americano (2017), entre outros títulos. Rajzman é também empresário, produz suas próprias pranchas, já teve um programa de TV, participou de filmes e comanda projetos sociais no Rio de Janeiro. Tudo o que produz está relacionado ao esporte, bem-estar e ao lifestyle que o surfe proporciona. Protagonizou o filme Surf Adventures I e II (2002/ 2008), apresentou o programa ‘9 Pés’, no Canal Off (2014 a 2017); e idealizou e coordena, com sua esposa Julli, o Projeto Respirar, que oferece aulas de surfe, entre outras atividades, para crianças de baixa renda das comunidades do Rio de Janeiro. Também é padrinho do projeto Surf no Alemão, idealizado pelo surfista Wellington Cardoso, que transforma a realidade de dezenas de meninos e meninas desde 2011. Rajzman começou a pegar onda aos três anos de idade. Desde cedo foi reconhecido como uma das maiores promessas do surfe do país, tanto que, aos 14, conquistou seu primeiro pódio nacional entre veteranos. Aos 15 anos já era figura conhecida no mundo do surfe, impressionando com grandes performances em ondas gigantes no Havaí. Desde 2019, o longboarder mora em Búzios/RJ, mas costuma passar temporadas no Havaí, assim como na Califórnia (EUA).

 

* Com informações da Casa do Bom conteúdo

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