Após nova derrota para o Goyta no TJD-RJ, Serra recorre agora ao STJD

Pleno do TJD-RJ mantém absolvição ao Goytacaz em julgamento de recurso. Serra Macaense levará o caso agora ao STJD

TIAGO FERREIRA / ESPORTE PRESS BRASIL*
 

Mesmo sendo derrotado duas vezes no TJD-RJ (Tribunal de Justiça Desportiva do Rio de Janeiro), o Serra Macaense não “jogou a toalha” no caso da denúncia de escalação irregular do atacante Pepeu, do Goytacaz. O Verdão levará o imbróglio agora para o Pleno do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva). A informação foi confirmada pelo CEO do clube, Marcelo Soares.

− Vamos sim ao STJD. Apesar de não termos mais interesse do ponto de vista esportivo, vamos seguir com o caso para buscarmos o que é o correto, pela lei, pela regra e pelo regulamento. A gente fala tanto de uma sociedade não corrupta, não inadequada, e passamos por elementos tão desconfortáveis, desagradáveis. O sentimento é de muita tristeza pela forma como as coisas aconteceram no TJD, mas estamos otimistas em reverter a situação no STJD – disse Marcelo.

No julgamento realizado na última quarta-feira (16), o Pleno do TJD-RJ manteve a decisão favorável ao Goytacaz. O placar foi de 4 a 2 pela manutenção do que já havia decidido a 3ª Comissão Desportiva, que já havia absolvido o Goyta por unanimidade em primeira instância. Houve no Pleno o entendimento de que ocorreu vício insanável na denúncia feita pelo Serra Macaense, pois o presidente do clube cumpria suspensão de 15 dias imposta pelo TJD-RJ na ocasião em que assinou o ofício.

— Houve uma manifestação do Pleno no sentido de que, ainda que não fosse punida a liminar de nulidade da denúncia, o mérito seria favorável a nós. Então, vamos seguir acompanhando. Provavelmente eles vão interpor uma nova denúncia — disse Alexey Dantas, diretor jurídico da G7, empresa que administra o futebol do Goytacaz, ao jornalista Matheus Berriel, do jornal Folha da Manhã, de Campos.

Na semana anterior ao julgamento, o relator do processo no Pleno do TJD-RJ, Alexandre Abby, concedeu — em parte — efeito suspensivo ao Audax Rio, um dos recorrentes. Desta forma, a Federação de Futebol do Rio de Janeiro (FERJ) ficou impedida de homologar a classificação final da Série B1 até que o mérito tenha transitado em julgado. Alexandre Abby abriu o julgamento de quarta-feira votando contra o Goytacaz, mas não foi seguido pela maioria dos auditores. 

Último classificado à Série A2, a nova segunda divisão a partir de 2021, o Goytacaz pode perder até 6 pontos se for condenado, o que acarretaria no rebaixamento à terceira divisão do Estadual. Neste caso, o substituto na Série A2 seria o Audax/Miguel Pereira, nono colocado, atualmente apenas um ponto atrás na classificação geral.

Entenda o caso

No dia 11 de novembro, Serra Macaense e Goytacaz se enfrentaram pela quinta rodada da Taça Corcovado, o segundo turno da Série B1. Na ocasião, o Goyta venceu por 1 a 0 e, dois dias depois, a equipe macaense entrou com uma Notícia de Infração no TJD-RJ informando que o atacante Pepeu disputou a referida partida sem contrato desportivo em vigor.

Na ocasião, a reportagem do Esporte Press Brasil consultou o BID (Boletim Informativo Diário) da CBF e constatou que o contrato do atacante havia sido encerrado no dia 9 do mesmo mês. Na data do jogo (11), portanto, o jogador do Goytacaz não aparecia no BIRA, principal exigência para que um atleta tenha condições de jogo nos campeonatos organizados pela FERJ, segundo o Regulamento Geral de Competições (RGC) da própria entidade.

Apenas dois dias após a partida, em 13 de novembro, foi publicado no BIRA o novo contrato de Pepeu, no mesmo dia em que o Serra Macaense acionou o TJD-RJ. O novo vínculo, porém, foi registrado com a data inicial do dia 10 de novembro, ou seja, um dia antes da partida. Essa foi a principal tese defendida pelos auditores da 3ª Comissão Disciplinar no dia do julgamento, que aconteceu no último dia 25 de novembro, quando o time de Campos foi absolvido de forma unânime.

 

* Com informações de Matheus Berriel/Folha da Manhã
 

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